domingo, 4 de setembro de 2011

Pelé

Biografia do Rei

O Adeus ao Santos FC

O adeus ao Santos FC
Deixando pegadas de glória e saudade pelo Brasil, sua despedida oficial da Seleção foi em julho de 1971. Três anos depois, chegou a vez do Rei dar adeus ao Santos Futebol Clube, em outubro, durante a partida contra a Ponte Preta. É uma das imagens mais marcantes de Pelé: ele está ajoelhado no meio do gramado do Estádio da Vila Belmiro, de braços abertos e com a bola parada no chão diante dele. Pelé, aos soluços, pede perdão (foto). É o fim de um casamento de 18 anos, seis meses e 26 dias.

Mas, a magia do futebol daquele homem que, com seus pés de ouro, fazia arte em campo, ficará imortalizada pelos gramados da Vila Belmiro e na memória daqueles que o assistiram. Porque quem é rei, nunca perde a majestade. Porque Pelé é eterno. "Sinto muita saudade daquela época, principalmente dos meus amigos de equipe. Realmente, isso me deixa muito emocionado".

A chegada aos EUA
Em 1975, aos 35 anos, o Rei do Futebol resolve voltar a atuar e transferiu-se para o Cosmos de Nova York (Estados Unidos) onde ajudou a difundir o esporte no país e conquistou o título de campeão norte-americano de 1977 (foto).

O amistoso Cosmos x Santos na despedida oficial de Pelé pode ser definido como o jogo em que todos perderam. O Rei, porque pretendia e não conseguiu marcar o último gol da carreira pelo Peixe, clube que lhe abriu as portas do sucesso. Quis o destino que seu único gol na partida fosse pelo Cosmos. O Santos, que havia dado adeus a Pelé há alguns anos, foi batido por 2 x 1. O Cosmos, mesmo vencendo o jogo, perdia seu maior craque e relações públicas. Mas, acima de tudo, naquele 1º de outubro de 1977, o futebol era o maior derrotado, ficando sem seu maior jogador de todos os tempos.



Biografia do Rei

O Jogador

Assim que Pelé (foto) chegou à Vila Belmiro, em oito de agosto de 1956, Waldermar de Brito avisou ao clube santista: "Esse menino vai ser o melhor jogador de futebol do mundo". Não demorou muito para a profecia começar a se concretizar. Um mês depois de sua chegada ao alvinegro praiano, que já era um time bicampeão paulista, Pelé estreou na equipe principal. "Minha estréia foi em um torneio amistoso contra o Corinthians de Santo André. Entrei no segundo tempo, no lugar de Del Vecchio e fiz o sexto gol do placar de 7 a 1. Foi meu primeiro gol com a camisa do Santos", contou.

Aos 16 anos, participou de um torneio de quatro equipes européias e brasileiras. O time em que atuou foi um combinado Santos e Vasco e, em uma das partidas, Pelé fez três belos gols. Daí em diante, o Brasil todo começou a enxergar o futuro Rei do Futebol.

Convocado para usar a camisa verde e amarela, em 1957, Pelé levou o país a conquistar o título de campeão da Copa Roca. "Foi meu primeiro título internacional e com a camisa da Seleção Brasileira", lembrou. O sucesso continuou aos pés de Pelé durante a disputa do Campeonato Paulista de 57, do qual foi artilheiro. "Já no meu primeiro campeonato, fiz 36 gols. Para um garoto de 16 para 17 anos, essa é uma grande conquista", declarou o dono da imortalizada Camisa 10.

Pelé conquista o mundo
Em menos de um ano, Pelé viu-se diante da grande oportunidade de concretizar a promessa que havia feito a seu pai: ganhar uma Copa do Mundo. Seu primeiro gol na Copa foi contra o País de Gales e classificou o Brasil para a semifinal. Na final da Copa de 58, a Seleção Brasileira conquistou seu primeiro título mundial depois de ter goleado a anfitiriã Suécia por 5 a 2. Pelé não agüentou e desmaiou em campo (na foto acima Pelé e amparado por Gilmar). "A emoção de participar de algo tão grandioso foi tão importante para mim que nem consigo expressar. Foi a primeira vez que fiz uma viagem para o Exterior e, ainda, realizei meu maior sonho. Com 17 anos, tornei-me o mais novo campeão do mundo. Além disso, levamos o nome do Brasil para fora e demos abertura para outros negros participarem da Copa, pois, até então, eu era o único ", declarou o Rei.

Após ter concretizado o que mais almejava, Pelé tinha mais duas metas: conquistar o Campeonato Paulista de 58 e o Torneio Rio-São Paulo pelo Santos Futebol Clube. Formado por jogadores como Coutinho, Zito, Pepe e o Rei, o time praiano mantinha-se imbatível e vivia sua melhor fase. Pelé (foto) foi o artilheiro do Paulista de 58 com o total de 58 gols, em 38 partidas, e o Santos conquistou o título.

A história repetiu-se em 1959 e o Peixe saiu vitorioso, pela primeira vez, no Torneio Rio-São Paulo. Entre os anos de 59 e 61, o Santos Futebol Clube conseguiu, com Pelé, conquistar 11 títulos internacionais. Reconhecida e respeitada internacionalmente, na década de 60, a equipe santista conquistou oito Campeonato Paulistas, e Pelé foi coroado como artilheiro em quase todos eles.

Nessa época, o Rei do Futebol recebeu diversos convites para atuar em times no Exterior, principalmente na Europa, mas rejeitou todos. Fiel ao Peixe, tinha outro objetivo em mente. "O Santos ainda não tinha título de campeão sul-americano e eu sonhava em dar esse título ao clube", afirmou. Em 1962, mais uma meta atingida: o time foi campeão sul-americano, goleando a equipe uruguaia do Peñarol, que havia sido campeã em 60 e 61.


Pelé e seu companheiro de Seleção
Brasileira, Garrincha do Botafogo

No mesmo ano, mais uma Copa do Mundo à vista e Pelé era o grande nome do momento. Devido à uma distensão, ele não pôde jogar na final, mas o elenco saiu vitorioso e bateu a Tchecoslováquia por 3 a 1, no Chile. O Brasil passou a ser Bicampeão Mundial. "Fiquei muito preocupado e muito chateado por não ter podido ajudar meus colegas. Mas, graças a Deus, o Brasil conseguiu seu segundo título e fiquei muito realizado", afirmou Pelé.


Pelé com o coração na camisa

Na Copa do Mundo seguinte, em 1966, a Seleção Brasileira viveu um pesadelo: foi eliminada logo na primeira fase. "Foi uma tristeza muito grande para mim, pois eu já era o Pelé e a cobrança era muito grande. Tanto, que eu pensei até em desistir de jogar", afirmou Pelé.

Em 1970, o Brasil passava por uma das fases mais difíceis da história com a ditadura militar. Indiscutivelmente, Pelé (na foto comemorando gol com Tostão) na Copa era a esperança de dias melhores para os brasileiros. "Muitas pessoas me incentivaram a participar da Copa de 70. É claro que senti todo o peso da responsabilidade nas minhas costas, pois a seleção já vinha de uma derrota", lembrou o Rei. Finalmente, o Brasil conquistou, definitivamente, a Taça Jules Rimet, vencendo a final contra a Itália, por 4 a 1, no México. "Foi a melhor fase de toda a minha carreira. Joguei em todas as partidas e finalizei minha participação nas Copas do Mundo extremamente realizado", afirmou Pelé, único tricampeão do mundo e maior artilheiro em Copas Mundiais.

Aos 22 anos, o Rei já atingia a marca de 500 gols. À medida que o tempo ía passando e Pelé aproximava-se da marca dos mil gols, as pessoas vibravam. "Quando fui me aproximando do milésimo gol, todos fizeram questão de transformar isso em um grande tema", afirmou Pelé. O tão esperado gol foi um pênalti fulminante, durante o jogo do Santos Futebol Clube contra o Vasco, no Maracanã, em 19 de novembro 1969. "Pela primeira vez, tremi. Nunca senti uma responsabilidade tão grande", completou o Rei (na foto beijando a bola após marcar o miléssimo gol de sua carreira).

Pelé beija a bola após marcar seu milésimo gol
Pelé beija a bola após marcar o milésimo gol


Títulos

Marcas conquistadas

Mais jovem artilheiro do Campeonato Paulista
1957 - Santos (fez 17 anos durante a competição)

Mais jovem Campeão Mundial
1958 - Brasil (17 anos)

Mais jovem Bicampeão Mundial
1962 - Brasil (21 anos)

Maior artilheiro em uma temporada
1959 - 127 gols

Maior artilheiro da história da Seleção Brasileira
95 gols

Maior artilheiro do futebol profissional
1.281 gols

Maior transação do futebol até o fim dos anos 70
1975 - Para o Cosmos (US$ 7 milhões)



Ficha Técnica

Nome: Edson Arantes do Nascimento

Posição: meia-atacante

Filiação: João Ramos do Nascimento (Dondinho) e Celeste Arantes do Nascimento

Data e Local de Nascimento: 23/10/1940, em Três Corações (MG)- Brasil

Chuteira: 39

Estreia como profissional: Santos FC 7 X 1 Corinthians de Santo André

Jogos: 1.365 jogos

Gols: 1.281 gols

Jogos pelo Santos: 1.116 jogos

Gols pelo Santos: 1.091 gols

Jogos pela Seleção Brasileira: 114 jogos

Gols pela Seleção Brasileira: 95 gols

Clubes: Santos FC (1956 a 1974) e Cosmos (1975 a 1977)


Titulos


Campeonato Paulista
1958/60/61/62/64/65/67/68/69/73

Torneio Rio-São Paulo
1959/63/64/66

Taça Brasil/ Robertão
1961/62/63/64/65/68

Taça Libertadores da América
1962/63

Mundial Interclubes
1962/63

Torneio Tereza Herrera
1959

Torneio Pentagonal do México
1959

Torneio de Valência
1959

Torneio Dr. Mario Echandi
1959

Torneio Giallorosso
1960

Torneio Quadrangular de Lima
1960

Torneio de Paris
1960
1961

Torneio Itália 61
1961

Torneio Internacional da Costa Rica
1961

Torneio Pentagonal de Guadalajara
1961

Taça das Américas
1963

Torneio Internacional da Venezuela
1965

Torneio Hexagonal do Chile
1965
1970

Torneio Internacional de Nova York
1966

Torneio Triangular de Florença
1967

Recopa Sul-Americana
1968

Recopa Mundial
1968

Torneio Pentagonal de Buenos Aires
1968

Torneio Octogonal do Chile
1968

Torneio da Amazônia
1968

Torneio de Kingston
1971

Torneio Laudo Natel
1974


Frases



"O maior jogador de futebol do mundo foi Di Stefano. Eu me recuso a classificar Pelé como jogador. Ele está acima de tudo"
PUSKAS, craque do escrete húngaro que dominou o futebol no início dos anos 50

"Se Pelé não tivesse nascido homem teria nascido bola"
"Até a bola pedia autógrafo para Pelé"
ARMANDO NOGUEIRA, jornalista
"Pensei: ele é de carne e osso como eu. Me enganei"
TARCISIO BURGNICH, defensor italiano na Copa de 70
"Parecia um helicóptero em sua mágica capacidade de permanecer no ar o tempo que quisesse"
FACHETTI, zagueiro italiano na Copa de 1970

"Pelé é o único que ultrapassa os limites da lógica"
JOHAN CRUIJFF, comandante do Carrossel Holandês na Copa de 74

"Senti medo, um terrível medo quando vi aqueles olhos. Pareciam olhos de um animal selvagem, olhos que soltavam fogo"
OVERATH, jogador alemão nas Copas de 66 a 74
"Pelé desequilibrou o mundo"
GILMAR, goleiro do Santos e da Seleção

"Muito prazer, eu sou Jimmy Carter, você não precisa se apresentar. Pelé todo o mundo conhece"
JIMMY CARTER, ex-presidente dos Estados Unidos

"Maradona só será um novo Pelé quando ele ganhar 3 Copas do Mundo e marcar mais de mil gols"
CÉSAR LUIS MENOTTI, ex-jogador do Santos e ex-técnico da Seleção Argentina

"Como se soletra Pelé? D-E-U-S"
THE SUNDAY TIMES, jornal inglês com entrevista com Pelé

"Após o quinto gol, eu queria era aplaudí-lo"
SIGGE PARLING, zagueiro sueco encarregado de marcar Pelé durante a final da Copa do Mundo de 1958



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